domingo, 18 de novembro de 2012

Grupo de Leitura - Atas do segundo encontro

  • Na quinta-feira, dia 15 de novembro (entre as 18h e as 20h), tivemos a segunda sessão dedicada a discutir a parte compreendida entre o capítulo XV e o final de Uma Abelha na Chuva, de Carlos de Oliveira. 
Depois das apresentações das duas pessoas novas que foram incorporadas ao grupo de leitura, procuramos fazer entre todos um resumo do romance. Continuamos a ler o livro até ao final. Este romance decorre numa sociedade rural, numa época em que a fidalguia estava em decadência. As personagens são oriundas da classe privilegiada dessa sociedade: uma fidalga arruinada que se casa com um lavrador rico e os amigos deste casal: o padre e a sua “irmã”, o médico e a professora. Fomos analisando cada uma das personagens, os seus medos, insatisfações, a sua agressividade. Tudo isto gera a um romance com um final trágico: Uma Abelha na Chuva. O símile de cada uma das personagens com esta abelha, que morre no final, foi o que descobri assistindo a esta reunião dinamizada pelo João. 

Sara Centron
Existem neste romance possíveis referências aos universos de Eça de Queirós e de Camilo Castelo Branco. Comentamos o encadeamento da ação, cada vez mais dramática. Neste contexto, destaca-se a personagem do Dr. Neto, uma personagem que, apesar de viver neste mundo duro, classista, não se deixou contaminar e é capaz de sentir piedade por estes seres (humanos e abelhas), que de certo modo são vítimas. A metáfora do título não pode ser mais adequada. Gostaria ainda de acrescentar que o grupo, com dois novos leitores, é  muito amável e de destacar a grande simpatia da equipa do Instituto Camões em Vigo.  
Carmen

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Grupo de Leitura - Atas do primeiro encontro


  • Na quinta-feira, dia 8 de novembro (entre as 18h e as 20h), tivemos a primeira sessão dedicada a discutir a parte compreendida entre o primeiro e o XIV capítulos de Uma Abelha na Chuva, de Carlos de Oliveira. 


Aconteceu na biblioteca do Instituto Camões, num espaço muito acolhedor, cercados por livros que convidam à leitura e discussão.
Assinamos uma folha de assistência e começaram as apresentações de cada um de nós.

O João, depois de explicar as futuras atividades no centro, fez uma introdução sobre a vida e a obra do escritor, neste caso Carlos de Oliveira e o seu clássico romance Uma Abelha na Chuva. E começamos a ler!

 Gostei muito da sua leitura do livro. Foi estupendo compartir pareceres e visões com os companheiros e com o João: da conversa surgiram detalhes muito interesantes, que não tinha reparado na minha atenta leitura, e que tanto dizem respeito à comprensão, como à estrutura global do livro, como ainda permitem establecer ligações para mim novas com o filme de Fernando Lopes que vi no Ciclo de Cinema.

 Foi um autêntico prazer partilhar pontos de vista con tod@s e aprender! É um balanço muito positivo que faço da minha primera experiência numa oficina de leitura. Retomaremos a leitura e a discussão na próxima quinta  a partir do capítulo lX, ainda que estivesse previsto recomeçar no capítulo XV. Não foi possível jiji!
 Patricia

Lusófilos e Lusófonos
Começou a discuss­ão do romance Uma abelha na chuva, cuja  leitura geral não foi difícil para os  sete “lusófilos”, que avaliaram com o professor Jo­ão Ribeirete a mestria do Carlos de Oliveira, patente na laboriosa linguagem poética das descriç­­ões  e na subtil ironia na apresentaç­ão das personagens a cargo dum narrador complexo (tradicional ou intrometido), a tensão social obsessiva ou erótica que sofrem os heróis.
Carmen Panero

Entramos na primeira sessão do grupo da leitura com o livro Uma Abelha na Chuva, falando de vários assuntos: dos contrastes dos interiores e exteriores (o seja, o tipo de paisagem), o simbolismo das abelhas, as chuvas e ainda as mudanças na sequência de narração do texto. Chamou-me muito a atenção o simbolismo repetitivo do outono, da escuridão e das chuvas como forma de antecipação do que vai acontecer mais tarde. Além disso, os meus colegas leitores e o nosso guia ajudaram-me a notar mais algumas referências diretas e não diretas às abelhas, incluindo a cera, que eu não tinha reparado antes. Sobretudo, uma coisa, que nem sempre tinha percebido e que tinha sido mais difícil para mim, tem a ver com as mudanças na voz entre o narrador e as personagens do romance a partir da ambiguidade dos próprios verbos e de alterações subtis no tom do texto. Agora com estes aspetos em mente, consigo apreciar mais o livro e tenho mais curiosidade para ver o que vai aparecer no texto. Espero com muito interesse a conversa da próxima semana.
Eric MacCoy

[Carlos de Oliveira tinha 32 anos quando publicou Uma Abelha na Chuva. É possível que rondasse essa mesma idade nesta fotografia.]

quarta-feira, 7 de novembro de 2012